A sustentabilidade de um edifício é tão importante como a sua atratividade estética e o fator já condiciona o mercado.
A pandemia veio reforçar o foco na sustentabilidade dos investimentos, bem como da consciencialização acerca do tema ambiental. A tendência, que já era evidente devido a questões regulatórias, tem ganho tração e o mercado foca-se agora na edificação saudável, sustentável também a longo prazo para o bolso do consumidor.
Torre 261 é um edifício em betão com vista para o rio Tâmega que utiliza um sistema de rotação e de escala que possibilita distintas orientações dos apartamentos e maior sustentabilidade. O objetivo é alternar as vistas sobre o rio e a paisagem envolvente mas também promover o maior aproveitamento da luz solar.
Fotos por Ivo Tavares
O edifício, desenvolvido pelo atelier Just an Architect, assume uma rotação dos pisos que provoca movimentos e jogos de sombra particulares que possibilita enquadramentos distintos para cada andar. Segundo o arquiteto João Abreu “A proposta desenvolve-se de forma transversal ao terreno permitindo um maior aproveitamento da exposição solar bem como uma menor necessidade de movimento de terras”. A forma assenta na compreensão do local e da natureza envolvente, procurando relação honesta com o terreno onde se insere.
A sustentabilidade não pode continuar a ser encarada apenas como um objetivo, mas sim uma atitude permanente
Gilberto Jordan, CEO do Grupo Jordan
Um projeto similar pode ser encontrado em Matosinhos, no cruzamento das ruas de Goa e Alfredo Cunha. A casa em movimento, que se move no encalço do sol evocando o movimento do girassol, é um projeto futurista assinado pelo português Manuel Vieira Lopes. Incorpora o novo conceito de arquitetura viva que promove não só inovação mas a vertente sustentável. As coberturas fotovoltaicas podem inclinar até 90º para criar sombras nas janelas durante os meses quentes ou expô-las ao sol de inverno. As estruturas são controladas pelo utilizador através de interfaces móveis e consoante as necessidades. Os movimentos dão-se na cobertura e edifício, em conjunto ou isoladamente. A tecnologia está patenteada em 77 países.
Outra tendência cada vez mais utilizada em Portugal consiste nas fachadas verdes ecológicas, tanto exteriores como interiores. Além de possibilitarem uma envolvente mais agradável melhoram a sensação térmica e termo acústica, evitam a propagação de ruídos de rua, ajudam a economizar energia e garantem a qualidade do ar já que filtram gases poluentes. O conceito é ainda economicamente acessível, necessitando apenas de manutenção. Exemplo deste conceito pode ser encontrado na cafetaria da sede do Lidl em Linhó (em baixo), ou a Travessa do Patrocínio em Lisboa (direita).
Foto por Arch Daily.
No Porto existe um espaço de escritórios todo ele construído de forma sustentável. A Padaria ganhou o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana (PNRU), na categoria de Melhor Solução de Eficiência Energética. O projeto, assinado pela arquiteta Diana Barros e pelo engenheiro Ricardo Santos, é uma referência a nível de eficiência energética. Procurou-se reaproveitar ao máximo os recursos existentes e privilegiou-se a utilização de materiais naturais, sistemas autónomos de arrefecimento e aquecimento passivos sem comprometer a qualidade do ar, e aproveitamento das águas das chuvas para abastecimento de cisternas. Os elementos obsoletos e degradados retirados foram reaplicados como matéria-prima devido as suas características de permeabilidade. Pneus, por exemplo, foram utilizados juntamente com cascalho das demolições, por forma a atingir a cota pretendida para o pavimento (esquerda).
Visite os escritórios da Add Building no edifício Padaria:
R. São Bento da Vitoria 46, 7
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